MINHA ÍNDIA PARAOARA
Quando tinha teu absorto e tremulante beijo
Pegava carona na proa do silvo jambú do teu vento
Perdi meu acento na tua língua flecheira... Meu desejo!
E agora me tranco como lágrimas presas em analgésico rebento
Estou ainda que me negues em teu enjaule
Tenho a copa que marquei em teus amarelos matizes
Meu tronco correu em tua trompa tupi de meu caule
Teu gemido levou as folhas de manivas das minhas raízes
A poesia cantou na cama com as harpas raizes de tua lira
Senti teu sopro quente de cuia de tucupi que em mim desata
Cantei como um pássaro de goma que na noite foge de sua ira
Meu ser sente tua falta ainda que a escuridão da cuia me fira
Já afugentei todas as tribos das lendas Marajoaras
Para resgatar teu ser lendário minha linda planta indígena Potira