MINHA ÍNDIA PARAOARA

Quando tinha teu absorto e tremulante beijo

Pegava carona na proa do silvo jambú do teu vento

Perdi meu acento na tua língua flecheira... Meu desejo!

E agora me tranco como lágrimas presas em analgésico rebento

Estou ainda que me negues em teu enjaule

Tenho a copa que marquei em teus amarelos matizes

Meu tronco correu em tua trompa tupi de meu caule

Teu gemido levou as folhas de manivas das minhas raízes

A poesia cantou na cama com as harpas raizes de tua lira

Senti teu sopro quente de cuia de tucupi que em mim desata

Cantei como um pássaro de goma que na noite foge de sua ira

Meu ser sente tua falta ainda que a escuridão da cuia me fira

Já afugentei todas as tribos das lendas Marajoaras

Para resgatar teu ser lendário minha linda planta indígena Potira

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 05/04/2012
Código do texto: T3595073
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