SONETO DA PERDA
Quisera dar-te meu amor
Quem pudera ser mais que tu
Ver o bem te viu na sua cor
Se me fores mais bela que o cio do urubu
Queria um fardo que a lagrima confessasse
Incremente pelo ser que nascesse de teu olhar poente
Ainda que pela tua ferida face a lagrima rolasse
Mais rente seria meu pecado renitente
Há uma dor que fica dentro de nós
Uma mágoa escoa através de um orifício
A dor de quem chora lava a dor do suplicio
Uma pena leve é o capuz do verdugo atroz
A pena mais leve é do abismo que virou um vício
Quantas vezes chorei teu meretrício