Germinal
Outros dedos não te colheram em teu balouço,
e perfumas meus temporais, e conservas o viço.
Outras flores deram fruto no primeiro ofício
- mas reverdeces moça em mim pleno moço.
Intocável botão, libertastes pétalas de louça:
o domínio do mel te envolvera no meu feitiço,
entretanto, a cordilheira que impusera sacrifício
e os contínuos verões não te fizeram menos moça.
Nos vergéis derramando fragrância no meu começo,
ora vens por um pouco de brisa e humilde abrigo
revolver germinativa a palma do teu absoluto.
Mas eu, o infinito do amor apenas te restabeleço
em razão vitalícia de quem se amadurece amigo
no parceiro da colheita, também no pai do fruto.