Cl(amor) pantaneiro
Edir Pina de Barros   
         
Vem se perder nos meus espaços, véus, planuras,
nas mornas águas limpas dos meus pantanais,
e percorrer os braços, lagos e canais,
ver aguapés em flor, corixos de águas puras.
 
Oh! Vem rolar nas minhas relvas alagadas,
olhar, de perto,  as rendas dos ninhais em teias,
sentir prazer sem fim, sem ter limites, peias,
nas minhas tardes mornas, noites,  madrugadas.

Vem ver as belas garças ágeis, alvadias,
nos céus, nos meus espelhos d’água refletidas,
nos horizontes tão extensos, tão sem fim;
 
vem mergulhar em minhas noites, nos meus dias,
sentir mil emoções há muito não sentidas,
nas encantadas horas de arrebol em mim.
 
Brasília, 27 de Novembro de 2010.

 

 Poesia das Águas, pg. 47    

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NOS TRILHOS DA NOROESTE
Marco Bastos
 
Vou viver os sonhos dos cantos que te embalam
e rever as tuas longínquas alvoradas
ver renovada a garça em belas revoadas
branqueando os rios,  qual nuvens que resvalam
 
vou cantar a alegria nos céus dos tuiuiús
canção de voar, de voar como quem voa
sentir por perto o verde vidro dos teiús
nas mornas horas, de sonhar sonhar à toa
 
tuas tardes altivas, telas pantaneiras
de beleza que encanta e acena mundo afora
o balanço calmo das palmas das palmeiras
 
o passado que se foi, senti, voltou agora
como os periquitos voltaram prás paineiras
voando nos flocos de paina pela aurora.

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 03/04/2012
Reeditado em 16/07/2020
Código do texto: T3592645
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