Derradeiro Leito

Oh! céu da eterna noite escura!

Oh! mares fartos de pesares!

Tão triste vara pelos ares;

Meu canto cheio de amargura.

Se mais não tenho uma ventura,

Se mais não calmo são os mares,

Boa sorte é se mil azares;

Me atarem firme à morte dura.

Ah! que estes mares agitados;

Aceitem ser meu triste leito,

Guardando sonhos maculados,

E, num tormento mais violento,

Enfim arranquem de meu peito;

Amor, saudade e sofrimento.

*Versos octossílabos (ritmo 2,4,8).

Ivan Eugênio da Cunha
Enviado por Ivan Eugênio da Cunha em 02/04/2012
Reeditado em 02/04/2012
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