ABSINTO-ME

Arqueado meu peito não grita,

Não necessita, pois digo em pranto,

Ao cristalizar a saudade nos olhos,

Daquilo que mais profundo sinto.

Não há gestos, sou como cripta,

Mas há gemidos, no entanto,

Pelo que não plantei, colho,

Das ervas do mais letal absinto.

Um toque de frescor em fogo,

Minha existência, agora, em jogo,

Posto que meu verde esteja em cinza.

Taças e lágrimas em que me afogo,

Embora não seja o remédio por que rogo,

Que seja a bebida na qual a vida eu finja.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 01/04/2012
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