TRISTEZA DE OUTONO

Tarde de Outono! Tristes são os ares

que ainda não choraram minha mágoa.

Inchados pela dor que não deságua,

são nuvens por demais irregulares.

Contemplo o horizonte, essa miragem;

percebo o cintilar de algumas luzes.

– Na linha divisória, me seduzes!

As brumas com as luzes interagem.

Minha vida esgotou-se nesse enlevo

e jaz numa quietude de si mesma.

Guardo a voz do silêncio que em mim esma,

a dor de um sentimento tão primevo.

O homem quer o que há mais escasso

– prefere a flor que nasce no penhasco.

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