SAUDADES
Edir Pina de Barros
Eu ando, meu amor, tão fatigada
da dor sem fim, saudade que me mata,
que escuma dentro d'alma - uma cascata
no leito desta eterna madrugada.
Distante assim de ti eu não sou nada,
sou triste, sou tão só, tão insensata,
um nó que na garganta não desata,
no colo da tristeza abandonada.
E morro-me sentindo esta saudade
posseira, que me vem e assim me invade,
plantando no meu ser a nostalgia.
Faminta, sempre vem e me devora
e deixa-me mais triste, como agora,
entregue à solidão desta poesia.
Edir Pina de Barros
Eu ando, meu amor, tão fatigada
da dor sem fim, saudade que me mata,
que escuma dentro d'alma - uma cascata
no leito desta eterna madrugada.
Distante assim de ti eu não sou nada,
sou triste, sou tão só, tão insensata,
um nó que na garganta não desata,
no colo da tristeza abandonada.
E morro-me sentindo esta saudade
posseira, que me vem e assim me invade,
plantando no meu ser a nostalgia.
Faminta, sempre vem e me devora
e deixa-me mais triste, como agora,
entregue à solidão desta poesia.