ESPELHO DA ALMA

Vejo-me no espelho de minh’alma

Imagem fosca de tanta palidez

Na fumaça negra da descrença

No vento de minha insensatez

E no definhar diário de meu vulto

Aquele espelho já não brilha mais

Acostumou-se com as sombras

Como barco velho, que ficou no cais

E como eu há muitos, com certeza

Fugindo da vida sem sentido

Escravos do tédio e da tristeza

E por me sentir assim desprotegido

Aquele espelho não me dá clareza

E continuo cada vez mais esquecido

07/10/2006

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 25/01/2007
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