ESPELHO DA ALMA
Vejo-me no espelho de minh’alma
Imagem fosca de tanta palidez
Na fumaça negra da descrença
No vento de minha insensatez
E no definhar diário de meu vulto
Aquele espelho já não brilha mais
Acostumou-se com as sombras
Como barco velho, que ficou no cais
E como eu há muitos, com certeza
Fugindo da vida sem sentido
Escravos do tédio e da tristeza
E por me sentir assim desprotegido
Aquele espelho não me dá clareza
E continuo cada vez mais esquecido
07/10/2006