Resmas Inférteis

Resmas inférteis, versos arruinados...

Palavras torpes, fúteis fingimentos...

Folhas se arrastam pelos vãos poeirentos:

Resmas inférteis, versos maculados.

Onde tentei deixar meus sentimentos,

Fiz um altar dos termos mais errados.

E, procurando ter-los consertados,

Resmas inférteis fiz de acanhamentos.

Mas, desfazendo tudo em minha mente,

Buscando pelo verso mais potente,

Começo a desenhar um traço preto.

E vou, na minha mente, vasculhando;

Impaciente, cansado e resmungando:

"Onde está, onde está o meu soneto?"

Ivan Eugênio da Cunha
Enviado por Ivan Eugênio da Cunha em 30/03/2012
Reeditado em 04/08/2012
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