Resmas Inférteis
Resmas inférteis, versos arruinados...
Palavras torpes, fúteis fingimentos...
Folhas se arrastam pelos vãos poeirentos:
Resmas inférteis, versos maculados.
Onde tentei deixar meus sentimentos,
Fiz um altar dos termos mais errados.
E, procurando ter-los consertados,
Resmas inférteis fiz de acanhamentos.
Mas, desfazendo tudo em minha mente,
Buscando pelo verso mais potente,
Começo a desenhar um traço preto.
E vou, na minha mente, vasculhando;
Impaciente, cansado e resmungando:
"Onde está, onde está o meu soneto?"