Triste saudade- arte tumular
Jorge Linhaça
 
Triste saudade do amor que se foi
No ataúde pra sempre selado
Coisas da vida com tempo marcado
Insegurança do que vem depois
 
Hoje a saudade no peito corrói
Terna lembrança de estar lado a lado
Hoje o corpo, do teu, afastado
Queima-te a alma qual fossem mil sóis
 
O epitáfio de poucas palavras
Nem bem resume a obra constante
De quem na vida arou muitas lavras
 
E hoje se deita; Pálido semblante
Só à espera que venham as larvas
Pra desfrutar o banquete restante
 
Salvador, 30 de março de 2012.