Barão de São Thiago-Arte cemiterial
Jorge Linhaça
 
 Que te valeram nobreza e fama
E o mausoléu de mármore erguido
Teu corpo já está, há mui carcomido,
E teu jazigo por escoras clama
 
Quando da vida, extingue-se a chama,
Chora a esposa ou chora o marido,
Choram os filhos os pais tão queridos
Pois que à morte ninguém hoje engana
 
Aos monumentos corrói-os o tempo
E a nobreza no pó se esfarela
Somem as tintas da velha aquarela
 
Vai-se a fama soprada no vento.
No abandono dessa sepultura
Fica a verdade estampada e crua
 
Salvador, 17 de março de 2012.