ONDAS VIVAS
Marco Aurélio Vieira
Mergulho, entregue, nestas ondas vivas
do corpo teu a me levar embora
para o refúgio onde o delírio mora,
nas algas de delícias que cultivas...
Ai, estas ondas me dominam todo!
Eu, feito peixe a serpear inteiro,
de corpo e d'alma, no teu paradeiro
marcado no meu tato, com denodo...
Nas ondas tuas, faço meu caminho
e levo, ao paraíso, o meu golfinho,
buscando, doido, o máximo viver!
Despindo-te as essências plenas, puras,
seguindo-te os clamores, loucas juras,
derreto-me nos sais do teu prazer!
Ondas de amor
Mergulho em tuas ondas, tuas praias,
entregue aos teus carinhos e desejos,
a delirar de amor, sem quaisquer pejos,
envolta em seus mil véus, lençóis, cambraias;
e sobre o corpo meu também te espraias
cantando mil canções, doces solfejos,
sentindo os meus tremores, meus arquejos,
ouvindo o doce canto das jandaias.
Sentindo as tuas firmes mãos nervosas
buscando mil carícias – que não nego –
eu te recebo em mim, festejo e brindo.
Nas tuas ondas mornas, espumosas,
morrendo-me de amor, enfim, me entrego
buscando no teu corpo o mar infindo.
Livro PURA CHAMA, pg. 108
Marco Aurélio Vieira
Mergulho, entregue, nestas ondas vivas
do corpo teu a me levar embora
para o refúgio onde o delírio mora,
nas algas de delícias que cultivas...
Ai, estas ondas me dominam todo!
Eu, feito peixe a serpear inteiro,
de corpo e d'alma, no teu paradeiro
marcado no meu tato, com denodo...
Nas ondas tuas, faço meu caminho
e levo, ao paraíso, o meu golfinho,
buscando, doido, o máximo viver!
Despindo-te as essências plenas, puras,
seguindo-te os clamores, loucas juras,
derreto-me nos sais do teu prazer!
Ondas de amor
Mergulho em tuas ondas, tuas praias,
entregue aos teus carinhos e desejos,
a delirar de amor, sem quaisquer pejos,
envolta em seus mil véus, lençóis, cambraias;
e sobre o corpo meu também te espraias
cantando mil canções, doces solfejos,
sentindo os meus tremores, meus arquejos,
ouvindo o doce canto das jandaias.
Sentindo as tuas firmes mãos nervosas
buscando mil carícias – que não nego –
eu te recebo em mim, festejo e brindo.
Nas tuas ondas mornas, espumosas,
morrendo-me de amor, enfim, me entrego
buscando no teu corpo o mar infindo.
Livro PURA CHAMA, pg. 108