Caos
Conduzo na palma o mundo de barro,
edifico a muralha tijolo por tijolo.
Comprimo a alma da miséria, e escarro
o calo, que o afago sem lugar de pô-lo.
O renome, não se posterga aos filhos tolos...
Na cela onde me prendo não é minha posse.
E a cidade quadriculada inteira também tosse,
sibila desde a madrugada, ferida em consolos.
Vizinho recende o mijo e expõe casca de ferida.
O cachorro iça um dedo, a rua arma a briga
de porrete e estampido, num pragmático rolo.
Construí o muro sem observatório, meu degredo.
Raio de sol e penumbra de luar me concedo.
Ao caos de fora – rendo a vida – acendo um olho.
Conduzo na palma o mundo de barro,
edifico a muralha tijolo por tijolo.
Comprimo a alma da miséria, e escarro
o calo, que o afago sem lugar de pô-lo.
O renome, não se posterga aos filhos tolos...
Na cela onde me prendo não é minha posse.
E a cidade quadriculada inteira também tosse,
sibila desde a madrugada, ferida em consolos.
Vizinho recende o mijo e expõe casca de ferida.
O cachorro iça um dedo, a rua arma a briga
de porrete e estampido, num pragmático rolo.
Construí o muro sem observatório, meu degredo.
Raio de sol e penumbra de luar me concedo.
Ao caos de fora – rendo a vida – acendo um olho.