"NADA SE LEVA NA MORTE"
Não adianta os nervos serem de puro aço
Se do contexto não se sabe nem um pedaço.
Não adiantam as honras e as glórias
Se foi a destruição que gerou a vitória.
Não adiantam as luxúrias e as riquezas
Se elas contrastam à fome noutras mesas.
Não adiantam as preces e as orações
Se os recados da vida lhes são imposições.
Não adiantam os sorrisos intermitentes
Se não são de alegria, ou de razões conscientes.
Não adianta nada... Tudo está perdido.
Não adiantam as lágrimas em cascata rolando
Se não revelam as verdades de um ser amando.
Não adianta ter nada se a morte faz tudo esquecido!...
(ARO. 1992)