A leve brisa do existencialismo

De que me vale todo o mundo agora

Com seus caminhos longos e diversos

De que me servem outros universos

Se de tua casa fui posto pra fora?

Eu que nunca esperava que tal hora

-Dada em noturnos ponteiros perversos-

Fosse o marco uno destes tristes versos

E do horizonte a infecunda aurora !

Na vaga dúvida de cada passo

Descendo à toa os degraus de tua porta

Rumando como quem desce a um abismo

Desespero-me sem tempo, sem espaço.

Mas neste vazio algo enfim me conforta:

É a leve brisa do existencialismo...