O sofrimento solitário.

Oh covarde sentimento que nada no mar,

Vem com o vento pela praia e desce

Até o coração do recitante desta que o ar

Transporta as palavras que o mar esquece...

Mas por que ficam bravas as mulheres que me escutam?

Não são lágrimas de homem, serenas, astutas,

Que nas palhas dos coqueiros balançam, desfrutam

Solitariamente da água, sem nem amar as putas...

Sim, eu sei o destino das plagas que ali jazem,

Quando batem-se corpos de amantes na praia,

Mas por que vejo o que os felizes fazem?

São uivos, gemidos, que se misturam às vaias

Que os amantes soltam quando calados dizem

Que o meu choro é dizer para que do meu coração a Musa saia...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 27/03/2012
Código do texto: T3579537
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