Cova-R-Dia
Qual precursor convencionara abrir a cova
primorosa a sete palmos de profundidade?
Minha cova, despeito de propriedade,
todavia não é abismo. Ou é invenção nova.
Pois minha cova profunda (é rasa), riso rude e sério.
Cova dos olhos e das mãos, meu território;
Cicatriz aberta no chão, exposta no sítio corpóreo.
Cova da cara, um musgo de cemitério...
Outono, baú de dias e de suplício:
trincheira dos anos de guerrilha,
prévio vale aberto no final da trilha,
para inumar, como ossos escolhidos,
já amarelos os sonhos desvalidos,
crucificados num austero dever de ofício.
Qual precursor convencionara abrir a cova
primorosa a sete palmos de profundidade?
Minha cova, despeito de propriedade,
todavia não é abismo. Ou é invenção nova.
Pois minha cova profunda (é rasa), riso rude e sério.
Cova dos olhos e das mãos, meu território;
Cicatriz aberta no chão, exposta no sítio corpóreo.
Cova da cara, um musgo de cemitério...
Outono, baú de dias e de suplício:
trincheira dos anos de guerrilha,
prévio vale aberto no final da trilha,
para inumar, como ossos escolhidos,
já amarelos os sonhos desvalidos,
crucificados num austero dever de ofício.