AD AETERNUM [CCCXXVIII]
(À real mulher incógnita)
Cabelo solto, olhar nos horizontes,
assim te vejo a ti, mulher faceira;
belo exemplar de fêmea feiticeira,
dama fatal que vem de helenas fontes.
És da minha alma a musa pioneira,
a que vieste com ternura aos montes,
portal do Éden, dando àquelas pontes
que irão juntar-nos pela vida inteira.
Se eu me morrer na curva d’alvorada,
a ti não vão faltar palavras ternas
– e sempre tu serás a minha amada.
E, lá no Além, ou da celeste esfera,
não deixarei sem voz canções eternas,
pois vou amar-te mais e mais, à vera.
Fort., 26/03/2012.