ESCREVO INVERNO

Palavras ásperas, não estando entre aspas,

Dizeres de mim dos quais nada fiz,

Direta despedida à amostra e que me rasga,

Desfaz de mim qual ao apagar de giz.

Insiste coração em restar da ilusão,

Encontrar algum sim em tantos nãos,

Lendo-te com a alma de proposital ignorância,

Pondo para o fim sinônimo de esperança.

Não bastasse a triste e amarga leitura,

Em que, ao chegar à realidade crua,

Busco forças ao ensaiar meus versos.

Mãos a traduzir o embargar da voz,

Lembrando-me, de tudo, o melhor de nós,

Trêmulas, não escrevo sol, apenas inverno.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 24/03/2012
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