CAMA DA POESIA

Nós somos dois poetas e nos amamos

Por isto viveremos para sempre

Talvez a luz se apague, vez em quando

Contudo, eterno vai ser o presente

Então, não se despeça assim, chorando

Quando o caixão baixar, apenas lembre

Dos versos sobre os quais nos abraçamos

Este eriçar da pele e os beijos quentes

Em nossa cama feita de poesia

De onde trilhamos por vastos caminhos

Lá, onde o tempo nunca nos alcança

Não se condene a uma cama vazia

Se outro lhe toca, não estamos sozinhos

Não se envergonhe, ensine-lhe a dança