ALECRINS

  
 
 
 
Introspectivo, abriga a fuga que o transporta
movido em tédio ao último ato - na árvore.
Semblante gelado em máscara de mármore
assume a engenharia de lançar ao galho a corda.
 
 
Tremula a boca preces de coragem pálida
ante o triunfo da execução sem concórdia.
Eis o golpe: a vida ora se debate presa à borda
de uma lágrima cadente desfilando cálida.
 
 
O corpo num prato da balança; noutro, a alma.
Vôo livre para o horror de ninguém. Que banais,
os desígnios supremos – sem  meios nem fins!
 
 
- Julgamento íntimo, austeridade de tribunais
cujo veredicto condena, executa e salva...
O ego sem testemunhas, só acenos de alecrins.
 

Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 23/03/2012
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