O tempo confunde tudo

Havia um dragão chamado tempo

Apagava minhas fotos da memória

Ficava em branco meu firmamento

E mesmo a vida se fazia transitória

Amor para valer não deixava rastro

Desmanchava-se marca na aroeira

No fim da vida tudo se vê, é o lastro

Garantia do que se perdeu na poeira

Carregava o tempo em um só vagão

O essencial, o querido e tudo em vão

Tempo nos traz rugas e apaga rusgas

Sagaz cirurgião plástico que nos suga

Prêmios, quedas e peso dos ombros

Restos: pensamentos em escombros

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 23/03/2012
Reeditado em 24/03/2012
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