O tempo confunde tudo
Havia um dragão chamado tempo
Apagava minhas fotos da memória
Ficava em branco meu firmamento
E mesmo a vida se fazia transitória
Amor para valer não deixava rastro
Desmanchava-se marca na aroeira
No fim da vida tudo se vê, é o lastro
Garantia do que se perdeu na poeira
Carregava o tempo em um só vagão
O essencial, o querido e tudo em vão
Tempo nos traz rugas e apaga rusgas
Sagaz cirurgião plástico que nos suga
Prêmios, quedas e peso dos ombros
Restos: pensamentos em escombros