SONETO CORREDORES INDECENTES
SONETO CORREDORES INDECENTES
Inalando o cheiro da liberdade
Nas mil fodas nas noites de dia
O enfermo das grades da castidade
Goza seus jatos de sangue com rebeldia.
As mãos calejadas na solitária da masturbação
No sonambulismo suarento da cela prostituta
Vê a insônia na vagabundagem das ruas da solidão.
O farto cardápio desafia-o à sela no catre de uma puta,...
Rebola oral, vaginal e anal, prisioneira da tua carteira.
Presencia o abissal destino das analfabetas do amor
A fricção libidinosa que tanto desejava, é agora dor.
Volta a criminar, rasga e despreza o alvará de soltura
Vê que a sociedade meretrícula é o presídio da amargura
E que há mais moral nos corredores indecentes de uma mesma prisão.
CHICO DE ARRUDA.