Soberana formosura
Quem és tu que passais
Assim tão leve, sem prece e solta
Num feixe de néon que a tudo luminais?
Quem és tu que me deixa a voz tão rouca?
Quem és tu, cuja doce ternura,
Involatiza-me a aproximação singela
E bobo eu tremulo frente a face bela
Tolo, sem palavras, sem ação, sequer mesura!
Como ouso ao peito carregar carinho
Sensações intraduzíveis e dilacerantes
Se todo desconcerto agora já me desfigura?
Quem és tu que cruzaste meu caminho
Ó donzela de lisuras fascinantes
Soberana da mais rara formosura?