REZA
À Jerônima, minha mãe.
Acaricia, vassoura, o terreiro
- gravetos e os ciscos de agosto,
outono e fruto, velhos temperos
do meu ninho transposto.
Esparge lembrança, névoa poeira:
nossas conversas de alpendre
- nalguma infância primeira,
o colo materno que me prende.
Agora, mãe, também espaneja
a tua oração os vestígios da gente
na roça, bruta, sertaneja...
- Que vida, mãe, fora mais feliz
e infligira crédulo aprendiz
quem te espera, o filho ausente?
Poema integrante do livro "Gênese de Poemas InVersos"