TECELAGEM
Rode livre a roda imaginária, e rode, e rode...
E as galáxias afaguem suspensos novos astros
de raios metálicos em domos, ogivas e arcos
incidentes na crua superfície do meu asteróide.
Essa roda fantástica que rode, rode, rode...
Conduza nos universos o matiz de marcos,
insígnias e tatuagens da pele sã nos parcos
desejos: dor vertiginosa, que grita e explode.
Rodízio em caleidoscópio fluindo amor em demasia
na mística engrenagem dessa nave transparente
- desse corpo anômalo rasgando o espaço reticente -,
para anunciar, no porto de um planeta qualquer,
prometido pouso sobre o seio da absoluta mulher.
- E teça a roda, e rode assim o fio da fantasia.
Poema integrante do livro "Gênese de Poemas InVersos".