COM OLHOS SONHADORES

Loucura, mistura de quimeras e devaneios,
Estradas palmilhadas, longínquos recantos,
Coração movido por constantes anseios,
Amores deixados, lembranças, entretanto.

Esquinas vencidas, obstáculos, temores,
Palavras perdidas nas margens ventiladas,
Busca desvairada por jardins encantadores,
Vastidão de sentimentos, pele nômade, alada.

Visões de horizontes, de anjos a passeio,
Projeções, canções que trazem a alma acalanto,
Singulares dimensões, provisões, centeios.

Ser um andarilho, um filho das alvoradas,
Segui-las com olhos errantes, porém, sonhadores,
Descobri-se nas raras essências das floradas.


- - - - - - - - - - - - -

PELA ESTRADA EU VOU

 Eu me vejo caminhando pela estrada,
os pés nús, as mãos vazias, o peito em festa,
porque o sonho é com'uma asa alada,
que me faz sobrevoar qualquer floresta.

 A palavra que construo é o que me resta
pra compor canções na lira, dedilhadas.
Eu me vejo caminhando pela estrada,
os pés nús, as mãos vazias, o peito em festa.

 São visões, quimeras são... contos de fada,
que parecem espiar de alguma fresta,
me seguindo durante a caminhada,
afastando as pedras cheias de arestas.
Eu me vejo caminhando pela estrada...


(HLuna)