MIGALHAS
 
 
 

 
Os amores que temos são de fato mínimos
- estes que julgamos amar eternamente -,
brotam medrosos, ardem tão de repente,
e passam súbitos e não os possuímos.
 
 
Nosso amor imenso, tão pequenino,
assim perdura: é caravela descrente
com ousados ataques piratas: a gente
numa ilha ancorada a meio caminho.
 
 
Afinal, que restou do teu confete
- dourada quimera da minha glória -
que vem, por fim, rever nossa trajetória?
 
 
É partilha: saldo do quanto me deste...
Aceito o teu rancor, acata minhas dores;
de fato, mínimos são os amores!







Poema integrante do livro "Gênese de Poemas InVersos
Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 20/03/2012
Reeditado em 20/04/2012
Código do texto: T3565769
Classificação de conteúdo: seguro