INTOCÁVEL
Quanto inútil te incorpora o silêncio
da lassidão e do marasmo, e tal...
Gélida, transitas de um amor imenso
para uma convivência acidental.
No teu corpo, entretanto, o sexo grita
sob as cinzas de um desejo frugal.
E a tua simulação é tão circunstancial
- também rezinga, também palpita!
Se quando me retiro e te abandono
ouves o eco da noite que abafa o sono
e tens remorsos, lamentas e tens pesar...
Desvenda-te a solidão e, menos gostosa,
traz o delírio de não ser gozo quando gozas
- quando, intocável, amanheces sem amar.
Poema integrante do livro "Gênese de Poemas InVersos".