UM PRANTO AO POR DO SOL
Odir Milanez
Renegada da rua, ela chorava,
enquanto a malta malandrava à toa.
Chorava ao rés do chão, não se arriscava
em chorar como chora uma pessoa.
Chorava simulando que rezava.
Sem soluços, um pranto de ermitoa.
Quinze anos, a idade que lhe dava
de uma vida que a morte inda perdoa.
As vestes rotas, magra, o rosto fundo
afeava a felícia que passava
ignorando o injustiçoso mundo!
Enquanto, satisfeito, o sol dourava
o chão sebento, nauseante, imundo,
renegada da rua, ela chorava!
JPessoa/PB
19.03.2012
oklima
Sou somente um escriba que escuta a voz do vento e o versa versos d'amor...
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