VISITAÇÃO [CCCXXVI]
Nas tuas longes plagas, no distante,
irei beijar-te a alma, no aconchego
da bela terra à qual tens tanto apego,
pois teu cantinho que te viu infante.
Cá me fiquei, no meu desassossego,
buscando a lira, a fim que o peito cante
os teus mais ternos risos, no semblante,
com olho aceso, ao jeito do morcego.
Estou a visitar-te, pois, querida!...
Então te ponhas calma, calma e queda,
que vais sentir-te mais que embevecida.
Em teu recanto, irei cortar-te a sesta:
e minha boca, aos lábios teus de seda,
de tantos beijos vai nos pôr em festa.
Fort., 18/03/2012.