A Puta
A Puta
Jorge Linhaça
Naco de carne servido em rodízio
Para alimentar a fome alheia
Longe, distante dos Campos Elíseos
Luz apagada em sua candeia
Sente na carne o prazer e o suplício
Entre os lençóis a paixão incendeia
Em sua luta não há armistício
Só mesmo o baque correndo nas veias
Falta de opção, escolha consciente?
Quem poderá com certeza dizer?
São tantas faces e tão diferentes.
Sobre a linha da dor e poder
Caminha a puta buscando clientes.
Pra mais um dia, quem sabe, viver.
Salvador, 18 de março de 2012.