Acalanto - II
 
 
 
 
Nos teus braços, cruzam-se os meus a outros - em adeus.
Meus braços, nos teus braços, lançam mãos dos meus.
Nos teus braços, não diviso braços: meus braços são teus;
venho menestrel cantarolar rimas em tuas  mãos de Orfeu.
 
 
Nos teus braços, anuncio paz e decido temas de guerrilha.
Nos teus braços, remeto notícias de sorte aos da família.
Declaro, nos teus braços, duelo ao país das maravilhas:
Ressurjo dócil, nos teus braços, para afagar filhos e filhas.
 
 
Posso, nos teus braços, marcar encontro com os tropeços
porque, nos teus braços, admito o meu destino travesso.
Nos teus braços, não sou parte, nem cheiro, nem idéia.
 
 
Invento, nos teus braços, braços e pernas de centopéia.    
Revisto-me, nos teus braços, galã exalando azaléia
e insiro, com os meus braços, teu corpo no meu começo.




Poema integrante do livro "Gênese de Poemas InVersos".
Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 17/03/2012
Código do texto: T3558964
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