CARÊNCIA
 

 
 
Todos temos sonhos e nos iludimos,
fatalmente, um mínimo pelo menos.
Tão assim este anjo, inda que sozinho,
mantém o amor na ilusão que temos.
 
 
Encerra úmidos os lábios em promessas
numa resolução de instinto feminino -,
a cantar reminiscências de uma dessas
felicidades que, amando-nos, possuímos.
 
 
À noite, desnuda o cansaço do rosto
e liberta os seios róseos, pequeninos,
ocultos do desatento sol de mais um dia.
 
 
Toda a pele reluz hormônio  e fantasia:
a mim (futuro remoto), entrega o corpo
em sonolenta percepção de carinhos.





Poema integrante do livro "Gênese de Poemas InVersos"
Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 17/03/2012
Código do texto: T3558886
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