Não há!

Não há! Canto assim tudo esquece

Do tempo que era contentamento

Pois livre não está o pensamento

Quando a manhã clara anoitece

Não há! Canto assim, mais enegrece

A alma já tanto enegrecida

Tudo que é beleza acontece

Bem distante de sua triste vida

Dela, apenas lhe é consentida

Parte que a memória deu guarida

Bem viva, crepita na recordação

Para que assim, ténue queixume

Avive, intensamente o lume

Sendo dela, eterno, o coração

Herlânder Lobão
Enviado por Herlânder Lobão em 16/03/2012
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