LUDÍBRIO
 

 
 
 
E vais adoçar o anil do mar...
O atual figurino da vitrine
na sereia de gesso, vulgar,
salva numa jangada de vime.
 
 
E vais cobiçar o rugir do mar...
Danceteria e fumaça e som,
tempo lasso de logrado  sonhar,
prazer pulsátil na luz de néon.
 
 
 
E vais tanto fitar o fastio do mar,
ceder lágrima à praia solitária,
imergir sonhos na rua imaginária...
 
 
E verás, nessa ilha, no seu infinito,
quanto o silêncio te reprime o grito.
Nesse sonho,  terás enjôo do mar.

 
 
 
Poema recolhido do livro “Gênese de Poemas InVersos”
Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 16/03/2012
Reeditado em 29/11/2012
Código do texto: T3558433
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