Lágrima
Há de secar a lágrima que rola
e escava a minha face, feito um rio
na enchente da tristeza e do vazio,
que, às margens do meu ser, rompe e extrapola;
e rola sobre a face, qual marola
nas tempestades d’alma em desvario,
depois de um frio inverno e longo estio
que a dor, bem lá no imo, se acrisola.
Um rio, que as comportas rompe e vence
com força que é só sua e lhe pertence,
e rola sobre o chão da minha fronte.
Há de secar a lágrima, por certo,
e transformar a alma em um deserto
sem oásis, miragens, horizonte.
Brasília, 16 de Março de 2012.
Livro: SONETOS DIVERSOS, pg. 57
Sonetos selecionados, pg. 28
Há de secar a lágrima que rola
e escava a minha face, feito um rio
na enchente da tristeza e do vazio,
que, às margens do meu ser, rompe e extrapola;
e rola sobre a face, qual marola
nas tempestades d’alma em desvario,
depois de um frio inverno e longo estio
que a dor, bem lá no imo, se acrisola.
Um rio, que as comportas rompe e vence
com força que é só sua e lhe pertence,
e rola sobre o chão da minha fronte.
Há de secar a lágrima, por certo,
e transformar a alma em um deserto
sem oásis, miragens, horizonte.
Brasília, 16 de Março de 2012.
Livro: SONETOS DIVERSOS, pg. 57
Sonetos selecionados, pg. 28