= SOTURNO = (Ao poeta Antero de Quental )
SOTURNO
(Ao poeta simbolista português
Antero de Quental)
Vento que caminha em seu canto triste,
Encrespando o mar pra espelhar a Lua,
E atrai meus olhos e a vida insinua,
Lembrar d’um tempo que não mais existe...
E um longínquo estampado tumultua,
Pro velho coração que não resiste,
Ao engodo do amor que não mais consiste
A eterna face inconstante da Lua...
Acontece que o tempo não perdoa
Como vento que sopra, o tempo voa,
Deixando cicatrizes, e erosões...
Tudo tem época, tem sua hora,
O amor é consequência de um agora,
Do equilíbrio sutil das estações!
Niterói, em 11.03.012
Ronaldo Trigueiros Lima
Métrica: Decassílabo