OS TEUS PÉS

Os teus pés mais graciosos e ligeiros

Que das aves o vôo na amplidão!

Nos moldes – a elegância, e altaneiros

Na agilidade que pisando vão!

E pisam sobre as rosas nos canteiros

Sem sofrerem um único arranhão!

Mas, se machucam quando, sorrateiros,

Pisam também em nosso coração!

Quando teus pés, na rua, vão passando

Naquele seu pisar macio e brando

Um murmúrio entre o povo se produz...

É que atrás, vão surgindo nos teus rastros,

Num primor que empanaria os astros,

Uma cascata esplêndida de luz!

Salé, novembro de 1998 Lucas