O MAGO DA PALAVRA [CCCXXV]
Sentindo-se sozinho, tem saudade,
ou canta suas dores brandamente,
de modo a sufocar o mal que sente
– amores impossíveis, na verdade.
Também do ser mundano porta-voz,
poeta algum não cante só seus ais;
humanos silenciados pedem mais,
e o bardo lhes empreste dele a voz.
De simples garatujas um poeta
constrói seu universo criativo,
pois que na criação a grande meta.
Nos versos, um afago e, pois, a lavra:
em cada letra posta um incentivo,
por isso faz-se o mago da palavra.
Fort., 14/03/2012.