BEIR'AMAR
Não há mais estrelas. No tempo jaz,
Saudade sobre as águas tua face traz,
Tal quais as ondas em bruma se desfaz,
Lançando-se perdidas em pobre cais.
As três palavras em que me resumi,
“Eu te amo”, que tantas vezes repeti,
Vagam pelos mares e por onde sucumbi,
Ou nas correntezas do coração que perdi.
Não restam as sendas do rasgo da lua,
Que findavam em nossos pés e n'areia,
Foram-se as pegadas, não minhas, tuas.
O peso da saudade maior que a grua,
Da esperança perdida que me margeia,
Salgando n’alma como se fora em carne crua.