BEIR'AMAR

Não há mais estrelas. No tempo jaz,

Saudade sobre as águas tua face traz,

Tal quais as ondas em bruma se desfaz,

Lançando-se perdidas em pobre cais.

As três palavras em que me resumi,

“Eu te amo”, que tantas vezes repeti,

Vagam pelos mares e por onde sucumbi,

Ou nas correntezas do coração que perdi.

Não restam as sendas do rasgo da lua,

Que findavam em nossos pés e n'areia,

Foram-se as pegadas, não minhas, tuas.

O peso da saudade maior que a grua,

Da esperança perdida que me margeia,

Salgando n’alma como se fora em carne crua.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 14/03/2012
Reeditado em 14/03/2012
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