BUCOLISMO
Nos pobres versos que, feliz, componho,
Eu cantarei, confesso, a vida inteira,
A natureza, minha mãe primeira,
Feita de tons, de meio- tons, de sonho!...
Não pode haver, p’ra mim, versos sem sol,
Sem mar, sem luz, sem pássaros, sem brisa,
Sem flor desabrochando no arrebol,
Sem o cair da tarde que agoniza...
Presença ativa o mar terá, decerto...
Ardente caminhar pelo deserto...
Jornadas longas pelo campo afora...
O céu eu fitarei, também estrelas,
sem nada conversar ou entendê-las,
Bilac que o fazia, foi-se embora...
Brasília (DF) , março de 2012