Soneto 1811
Anseio maior do beijo é a boca hiante
Passar a tarde esperando a noite vil
Morte e vida desprovida na ida ante
Fraco como caco no pedaço servil.
Até que Ares separe amor ampare
Ser demais na cura a tua loucura
Textura da tez mulher me repare
No caos negro da mente sente e pare.
Libertino tino no acaso escasso
Por toda a vida a ausência retida
Na espera a fera a carcomer o espaço.
No olhar a luz dos olhos a respirar
Resiste a provocar o olhar a encantar
Ao encontrar o fio da vida medida.