BRILHO INÚTIL
A minha vida se resume a isso:
– Comer, dormir e escrever poesia.
A minha pele já perdeu o viço;
Quero sair e ver a luz do dia.
Se alguma Musa me rogou feitiço,
a meu respeito, pouco ela sabia.
O meu humor de espírito mortiço
é pouco afeito a ter novas manias.
Viver na prensa, entre sinais alheios,
desconhecer de onde vêm os meios,
mas insistir na arte que perfilho.
Ser pertinaz atrás do inútil brilho,
ter na palavra a força de um esteio
e achar consolo em ter os dias cheios.
nilzaazzi.blogspot.com.br