"AMINIMIGO"

Não me refiz do susto, a mente segue confusa

Ainda existe poeira a ser sacudida no ar

Os joelhos curvos mostram que não consegui me levantar

Duas ardentes lágrimas brotam dos olhos intrusas.

À volta pressinto permanências com alguma piedade.

À frente uma nuvem me impede ter visão do futuro.

Sufoca-me ainda o passado, e pior, me faz inseguro,

Que por vezes me traz triste e sem nenhuma serenidade.

Não me sinto inútil, mas vazio de qualquer alegria.

Ainda me incomoda e me abate aquele drama

Quando me senti ter sido traído na provável trama.

Não o fosse, talvez, o presente outro me seria

Fato que me é dado acreditar não ser maior castigo

Ao ter sido desacreditado por algum aminimigo.

(ARO.1980)

(Reedição.2012)

Profaro
Enviado por Profaro em 11/03/2012
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