Cavalgada Sombria

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Pesada, cravando-me no flanco a espora,

A morte vai veloz por galerias

Que afunilam o lume dos meus dias

Nesta derradeira, negra e magra hora.

Em ataúde, roxa, a luz da aurora,

Sob sudário de pétalas sombrias

Que exalam cheiro fétido das pias,

Já sem esperança, inda estertora.

Tropeço no mármore de um jazigo,

A morte na lama rola comigo,

Com desdém de tão pobre montaria.

Raio fortuito despenha-se na tumba,

A luz da aurora alumia a catacumba

E por milagre a noite se faz dia.

Adrianus
Enviado por Adrianus em 09/03/2012
Reeditado em 10/03/2012
Código do texto: T3545220