À ESPERA
Se me vires sozinho com o olhar perdido no horizonte,
Peço-te que não zombes de minha triste solidão.
É que tenho esperanças que surjas detrás de um monte
E venha trazer um alento pro meu pobre coração.
Dia destes ao surgir um brilho nas águas da fonte,
Por um momento senti o peito palpitar de emoção;
Imaginei que fosse o reflexo de tua bela fronte,
Mas pra minha tristeza era a lua que surgia na escuridão.
Todos os dias te espero desde o albor da aurora.
Até mesmo depois que o sol poente vai-se embora,
Continuo te esperando em companhia da lua.
Mesmo cansado por essa tua infinita demora,
Só deixarei essa vigília quando vieres, linda senhora,
E eu puder partir com minha mão unida à tua.