VEM A NOITE
VEM A NOITE
O sol ainda ilumina o horizonte,
As cercanias e as várzeas distantes,
Mas, sempre mais cai a tarde, e sombria
Virá a noite terrível e fria,
A grande noite sem luar nem estrelas!
Não terei mais insônias, pesadelos...
Nem o abajur ficará à cabeceira,
Nem meus chinelos deixarei à espera.
Necessidades noturnas, desejos
Irreprimíveis... nenhum mais ensejo.
Nem um boa-noite me dirão os meus.
Nada terei mais. Nem novo amanhã
Com compromissos, projetos, afãs...
Nem mais verei os acenos de adeus.