Os meus dois Eus
Os meus dois Eus
Jorge Linhaça
Todo poeta tem os seus dois eus
O eu lírico e o eu pessoal
Eu, mero vate, também tenho os meus
Que se confundem na obra afinal
Quando as palavras alguém entendeu
Torna-se o estro enfim tão real
Que não distingue quem o escreveu
Se a pessoa ou o ser poetal
Nem sempre o fardo contido nos versos
Juga o homem que deu-lhes a vida
Antes o verso a todos convida
A distinguir entre os dois universos
pois o poeta é tão nobre ator
Que a alegria transforma em dor